Eram 6h do dia 25 de Abril de 1974, quando o meu pai me acordou e me disse que havia algum problema em Lisboa que na radio tinha ouvido dizer que havia militares nas ruas.
Tinha de pegar ao serviço às 7.30h, no Hotel Estoril Sol, onde trabalhava mas hás 8h já estava no Terreiro do Paço acompanhado pelo meu colega Guedes
Eu e o Guedes a partir dessa hora assistimos a todos os desenvolvimentos, correndo de um lado para o outro sofregamente, querendo presenciar tudo o que se estava a passar. Nunca esquecerei aquela figura ímpar do CAPITÃO SALGUEIRO MAIA de arma ao tiracolo dando ordens de um lado para o outro, no Terreiro do Paço, de braços abertos em frente dos tanques de guerra na Rua do Arsenal, ou ainda de megafone na mão em frente do quartel da GNR no Largo do Carmo.
Estive no Terreiro do Paço, na Rua do Arsenal, na Ribeira das Naus, no Largo do Carmo, e na rua, António Maria Cardoso, onde se encontrava a sede da PIDE/DGS e onde se registarão os únicos mortos e feridos da nossa REVOLUÇÃO no dia 25 DE ABRIL. A PIDE abriu fogo por duas vezes matando 5 pessoas e fazendo 45 feridos. EU ESTAVA LÁ! Quando fugia dos tiros ao virar de uma esquina tropecei num soldado que se encontrava deitado no chão de arma na mão, perguntou-me se eu estava ferido, respondi que não e ele disse “estes filhos da puta querem estragar tudo”. Eu não me esqueci EU ESTAVA LÁ! NÃO APGUEM A MEMORIA! 25 De ABRIL SEMPRE!
Antonio de Lemos
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