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Segunda-feira, 13 de Janeiro de 2014
Eusébio no Panteão Nacional? PORQUE?

Quando os políticos por populismo, por interesses partidários, por agendas eleitorais, passam a banalizar o Panteão Nacional, mais não fazem que desrespeitar a memória dos que já lá estão e dos que nunca para lá foram.

 

Afirmar que Eusébio foi alguém que se notabilizou a dar pontapés numa bola é a maior das verdades. Afirmar que Eusébio foi usado pelo regime fascista para lavar a cara da ditadura de Salazar e Caetano, também é uma grande verdade!

 

O regime fascista serviu-se de Eusébio para tentar branquear o racismo, o colonialismo, para tentar minorar os efeitos da luta dos povos das ex-colónias a nível internacional, quer queiramos quer não Eusébio foi utilizado para como factor de domínio de massas pelo regime fascista, não por sua culpa mas por culpa dos fascistas que dominavam e oprimiam o povo português.

 

Na sua ingenuidade e simplicidade Eusébio foi elevado ao estatuto de herói nacional quando marcou 4 golos á Coreia do Norte em 1966, quando o antigo regime num cenário de mais de 70% de analfabetismo em Portugal, utilizava o Futebol, o Fado, (adoro fado), e Fátima (a religião no seu todo), para dominar e instrumentalizar as consciências dos portugueses.

 

Eusébio foi utilizado como produto de venda quando depois de afectado fisicamente era obrigado a jogar em jogos internacionais para garantir receitas do clube.

 

Eusébio foi uma grande figura do futebol nacional e internacional, mas quantos portugueses não foram grandes figuras do desporto? São muitas as figuras do deporto que fizeram subir a Bandeira portuguesa e tocar o Hino Nacional nos jogos olímpicos, nos campeonatos europeus e mundiais!

E o José Mourinho, e o Luís Figo, e o Cristiano Ronaldo, (que se conservem por cá muito tempo),vão todos ser sepultados no Panteão Nacional?

 

Não retiremos o mérito a Eusébio, mas não confundamos a obra politica, social, cultural, artística, não confundamos aqueles que defenderam esta nação desde a sua fundação com o seu intelecto, com a própria vida, para que hoje fosse isso mesmo, Uma Nação, a Nossa Pátria. Não os comparemos com os elevados ao estatuto de heróis por marcarem golos no futebol.

 

A Lei n.º 50/2000, de 29 de Novembro, explicita a finalidade do Panteão Nacional: nº 1 do Artigo 2:

“As honras do Panteão destinam-se a homenagear e a perpetuar a memória dos cidadãos portugueses que se distinguiram por serviços prestados ao País, no exercício de altos cargos públicos, altos serviços militares, na expansão da cultura portuguesa, na criação literária, científica e artística ou na defesa dos valores da civilização, em prol da dignificação da pessoa humana e da causa da liberdade”.

 

O Panteão Nacional é um monumento aos “que por obras valerosas, se vão da lei da Morte libertando. Luís Vaz de Camões”.

Não banalizemos o Panteão Nacional!

 

António Lemos

 

Foto: IGESPAR, http://www.igespar.pt/pt/monuments/51/

 



publicado por António Lemos às 01:18
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2 comentários:
De Anti-fascista a 13 de Janeiro de 2014 às 01:45
Por este artigo se vê o porquê do estado a que este país chegou... Só faltou elogiar a presença do porco fascista carmona no panteão...


De Antonio Lemos a 17 de Janeiro de 2014 às 10:43
Os fascistas que foram sepultados no panteão Nacional, António Óscar Carmona e o ditador Sidónio Pais, foram-no durante a ditadura fascista antes da revolução de 25 de Abril de 1974.

Poder-se-ia questionar a legitimidade da sua permanência principalmente depois de ser aprovada a Lei n.º 50/2000, de 29 de Novembro que define quem deve ser sepultado no Panteão Nacional.

Nº 1 do Artigo 2, “As honras do Panteão destinam-se a homenagear e a perpetuar a memória dos cidadãos portugueses que se distinguiram por serviços prestados ao País, no exercício de altos cargos públicos, altos serviços militares, na expansão da cultura portuguesa, na criação literária, científica e artística ou na defesa dos valores da civilização, em prol da dignificação da pessoa humana e da causa da liberdade”.

No entanto por razões históricas e para que a memória se não apague não considero que a permanência das referidas figuras deva sair de onde estão.

Devemos pugnar para que figuras de cidadãos que se distinguiram na cultura na arte na ciência e principalmente na defesa dos valores da civilização, na dignificação da pessoa humana e na causa da liberdade sejam homenageados com a sua presença no Panteão Nacional.

Estou a falar de Prémio Nobel da Fisiologia e Medicina (1949) António Caetano de Abreu Freire Egas Moniz, Aristides de Sousa Mendes, Luísa Todi, Sophia de Mello Breyner Andersen, Salgueiro Maia, Álvaro Cunhal, José Afonso e o Nobel de Literatura (1998) José Saramago.


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