Quando os políticos por populismo, por interesses partidários, por agendas eleitorais, passam a banalizar o Panteão Nacional, mais não fazem que desrespeitar a memória dos que já lá estão e dos que nunca para lá foram.
Afirmar que Eusébio foi alguém que se notabilizou a dar pontapés numa bola é a maior das verdades. Afirmar que Eusébio foi usado pelo regime fascista para lavar a cara da ditadura de Salazar e Caetano, também é uma grande verdade!
O regime fascista serviu-se de Eusébio para tentar branquear o racismo, o colonialismo, para tentar minorar os efeitos da luta dos povos das ex-colónias a nível internacional, quer queiramos quer não Eusébio foi utilizado para como factor de domínio de massas pelo regime fascista, não por sua culpa mas por culpa dos fascistas que dominavam e oprimiam o povo português.
Na sua ingenuidade e simplicidade Eusébio foi elevado ao estatuto de herói nacional quando marcou 4 golos á Coreia do Norte em 1966, quando o antigo regime num cenário de mais de 70% de analfabetismo em Portugal, utilizava o Futebol, o Fado, (adoro fado), e Fátima (a religião no seu todo), para dominar e instrumentalizar as consciências dos portugueses.
Eusébio foi utilizado como produto de venda quando depois de afectado fisicamente era obrigado a jogar em jogos internacionais para garantir receitas do clube.
Eusébio foi uma grande figura do futebol nacional e internacional, mas quantos portugueses não foram grandes figuras do desporto? São muitas as figuras do deporto que fizeram subir a Bandeira portuguesa e tocar o Hino Nacional nos jogos olímpicos, nos campeonatos europeus e mundiais!
E o José Mourinho, e o Luís Figo, e o Cristiano Ronaldo, (que se conservem por cá muito tempo),vão todos ser sepultados no Panteão Nacional?
Não retiremos o mérito a Eusébio, mas não confundamos a obra politica, social, cultural, artística, não confundamos aqueles que defenderam esta nação desde a sua fundação com o seu intelecto, com a própria vida, para que hoje fosse isso mesmo, Uma Nação, a Nossa Pátria. Não os comparemos com os elevados ao estatuto de heróis por marcarem golos no futebol.
A Lei n.º 50/2000, de 29 de Novembro, explicita a finalidade do Panteão Nacional: nº 1 do Artigo 2:
“As honras do Panteão destinam-se a homenagear e a perpetuar a memória dos cidadãos portugueses que se distinguiram por serviços prestados ao País, no exercício de altos cargos públicos, altos serviços militares, na expansão da cultura portuguesa, na criação literária, científica e artística ou na defesa dos valores da civilização, em prol da dignificação da pessoa humana e da causa da liberdade”.
O Panteão Nacional é um monumento aos “que por obras valerosas, se vão da lei da Morte libertando. Luís Vaz de Camões”.
Não banalizemos o Panteão Nacional!
António Lemos
Foto: IGESPAR, http://www.igespar.pt/pt/monuments/51/
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