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Sexta-feira, 30 de Novembro de 2012
A defesa da Democracia - Odete Santos

A eloquência lúcida de Odete Santos que não poderia deixar de partilhar aqui no Mar Revolto, Realçando este trecho de Almeida Garrett que citou a finalizar o seu discurso.

  

“aqui lhe deixamos um trecho do nosso Almeida Garrett:

 

E eu pergunto aos economistas, políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar à miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico?” (citado por Odete Santos)

 

*********

 

Intervenção de Odete Santos, Membro do Comité Central, Almada, XIX Congresso do PCP

A defesa da Democracia

Sexta 30 de Novembro de 2012

 

Camaradas:

 

No último Congresso, denunciámos os atropelos à Democracia perpetrados no tempo do Governo PS de José Sócrates.

Nestes 4 anos e principalmente a partir da grande ofensiva do Pacto de Agressão contra o Povo Português, têm-se aprofundado os traços de um regime antidemocrático, patente nas declarações de altos dirigentes políticos.

 

Depois de propalarem que o povo português é o melhor do mundo, não se coíbem de condenar greves proclamando que eles, coitados, trabalharam. Não se embarca tirania neste batel divinal- dir-lhes-ia Gil Vicente ao recusar-lhes a entrada na Barca do Céu.

Porque eles representam a pior das tiranias que se abatem sobre os Povos. A tirania dos mercados. A tirania do dinheiro. Porque nestes 4 anos, em matéria de liberdades, o que avançou foi a liberdade de expressão do dinheiro e dos mercados financeiros.

 

Nestes tempos, de empobrecimento do Povo Português e de todos os Povos apanhados na armadilha da austeridade, tudo é permitido ao dinheiro- juros usurários, a rapina da economia dos povos que se debatem contra o direito do mais forte à liberdade, e o sufocar das liberdades, direitos e garantias individuais.

 

Será que ainda temos Democracia?

Temos a Constituição que consagra, por sobre todos, o direito a resistir a uma política anti-patriótica.

Por isso a querem rever à revelia da Assembleia da República, destruindo o Estado Social que começou a ser construído com a derrota do nazi-fascismo.

Não existe democracia quando não existe democracia económica, social, cultural e ambiental.

 

Não existe democracia política quando há milhares de trabalhadores sem trabalho, quando há 10.000 crianças com fome, quando é a emigração a única via de fuga de um Portugal injustiçado.

 

Enumeramos outras injustiças:

- detidos numa operação policial são privados de contactar com os seus advogados;

- desencadeia-se uma crise na RTP pelo facto de alguém exterior à televisão pública solicitar imagens não publicitadas;

 

É o direito a informar e o segredo das fontes dos jornalistas que estão em causa. Os jornalistas não são agentes de investigação das forças policiais. O Ministro Jsé Relvas pode esclarecer o que se passou no 1º canal.

E de uma suprema injustiça falamos quando apontamos o dedo acusador à União Europeia a países europeus, incluindo Portugal por serem cúmplices dos E.U.A. e ter silenciado os dados sobre os voos da CIA que transportaram muitos cidadãos do mundo para a Tortura.

 

Isto, só por si, torna burlesco a atribuição do Prémio Nobel da Paz à União Europeia, como aliás também o foi a atribuição do mesmo Prémio, no ano anterior, a Barack Obama.

 

É preciso resistir contra toda a espécie de injustiças que o Governo teima em levar por diante. Entre as quais se conta a que está na mente do Ministro Miguel Macedo, que prepara uma lei sobre os murais políticos. Para que os nossos muros não falem na vergonha da destruição de um país independente e soberano.

Um país de Abril que já conheceu dias de progresso e bem estar e que agora se vê empobrecido, rendido ao capitalismo mediante as políticas de uma santíssima Trindade- a Troika -com o beneplácito do merkelrizado Governo rendido às botas alemãs.

 

E já que o 1º Ministro parece rendido aos grandes poetas portugueses tendo citado num discurso o grande poeta Camões, que ele não sabe interpretar pois senão falaria na apagada e vil tristeza de que o Poeta se lamenta a propósito da situação em que a Pátria estava mergulhada, aqui lhe deixamos um trecho do nosso Almeida Garrett:

 

E eu pergunto aos economistas, políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar à miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico?


Publicado por: António Lemos, (30/11/2012)

 



publicado por António Lemos às 15:58
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Domingo, 4 de Novembro de 2012
“Refundação” O GOLPE DE ESTADO!

 A “refundação” que o primeiro-ministro anunciou no parlamento, e que já está em marcha com o apoio do CDS, PSD, do FMI, do Banco Mundial e da Troika, não passa de um golpe de estado, que tem como objectivo a destruição do estado social e a mudança de regime.

 

A estratégia de empobrecimento do país, a venda de empresas estratégicas para a economia nacional como a EDP, REN, TAP, Águas de Portugal, ANA, CTT, Estaleiros Navais de Viana do Castelo, bem como a continuada destruição do tecido produtivo, da agricultura e das pescas, é o prelúdio do golpe que se avizinha.

 

Tal como Pinochet no Chile em 1973, o governo português já chamou a Portugal os “Chicago Boys” do FMI e do Banco Mundial que preparam em conjunto com a troika a transformação de Portugal num estado neoliberal, á imagem do que foi criado durante a ditadura fascista no Chile.

 

A direita consegue ter hoje os tão desejados três itens que Sá Carneiro almejava, um presidente, um governo, uma maioria e desenvolveu no seu seio um movimento politico-ideológico neoliberal, ponta de lança dos desejos hegemónico-económicos da Alemanha, que adoptou as privatizações de empresas estratégicas para a economia nacional como uma das suas principais bandeiras.

 

A direita com a tutela do Presidente da República prepara um golpe de estado que irá alterar de forma profunda o regime constitucional, edificado a partir da revolução de 25 de Abril, e apagará das funções do estado tudo o que seja lucrativo, entregando a privados a saúde e a educação, precarizando ainda mais o trabalho, subvertendo desta maneira a forma mais justa de redistribuição riqueza gerada, competência que deve pertencer ao estado de forma a diminuir as desigualades.

 

A direita PSD em conluio com o PS, preparam-se para acordarem legislação com o intuito de reduzir o número de deputados na Assembleia da República, não de forma justa e equitativa, mas com a intenção de bipolarizar a governação e a representação politica nacional, reduzindo em mais de 50% os deputados do PCP, PV, BE, censurando também dessa forma a voz da esquerda parlamentar, não tenhamos duvida que esta intenção faz parte da estratégia que pôs em marcha o golpe de estado, não está por isso o PS isento de culpas, até prova em contrario.

 

As troikas nacionais e estrangeiras, que deliberadamente estão a deixar o país na miséria, e sem pudor entregam a soberania económica do país, á CE, ao FMI e a potências como a China, ou Angola, submetendo Portugal às vontades do capitalismo e às pretensões hegemónicas da Alemanha, têm a clara intenção de mudar o regime político.

 

Cabe ao povo tomar nas mãos a defesa da democracia da liberdade e da independência nacional, cabe ao povo português combater na rua as intenções da direita de destruir o estado social e de acabar de vez com as conquistas de Abril, cabe ao povo defender Portugal.

 

O POVO UNIDO JÁ MAIS SERÁ VENCIDO!

 



publicado por António Lemos às 00:23
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