A luta do Mineiros em Espanha é um exemplo de resistência ao ataque do capitalismo espanhol e europeu, é um exemplo a seguir por todos nós.
Lutando contra a decisão do governo espanhol de reduzir os subsídios que ajudam a desenvolver este importante sector da economia espanhola, o que levará ao desemprego de mais de 25.000 (vinte e cinco mil) trabalhadores, mineiros e população solidaria, lutam há mais de um mês contra as cargas policiais e a prepotência do governo espanhol.
O governo espanhol tal como o governo português, endividam o país e o povo para recapitalizar a banca em dezenas de milhares de milhões de euros, mas não salvam empresas como os Estaleiros de Viana do Castelo, o que custaria pouco mais de um milhão e meio de euros, assim como o governo espanhol corta o subsídio de trezentos milhões de euros para mais de metade a um sector de grande importância económica e social para o povo espanhol.
Têm os trabalhadores e o povo português o exemplo de sacrifício e tenacidade destes trabalhadores espanhóis, que resistem heroicamente combatendo com as armas que têm na mão e a força da sua razão, á brutalidade policial.
Num mundo em que o capitalismo tenta a todo o custo travar os ventos de revolta que vão crescendo por todo o globo, só a força organizada e solidária dos povos pode resistir e criar as condições necessárias para que se despoletem as revoluções locais e globais transformadoras da sociedade. Em Portugal os trabalhadores e o povo, cada vez mais pobres, veem os grandes senhores da política e do grande capital, e os corruptos, continuar a ostentar a riqueza que construíram em cima do empobrecimento do povo.
O povo português necessita de liderança forte, descomprometida com o sistema dito democrático, precisam de uma liderança revolucionária. É tempo dos que acreditam que o País, a Europa o Mundo podem mudar, percam o medo e apelem á REVOLUÇÃO.
O exemplo da resistência mineira tem estado escondido pela comunicação social, controlada pelo grande capital, porque eles sabem que pode ser com a luta dos mineiros que se acenda a faísca que vai incendiar toda a Península Ibérica e quem sabe toda a Europa.
OS POVOS NÃO TÊM QUE TEMER A REVOLUÇÃO OS POVOS TÊM DE CONSTRUIR A REVOLUÇÃO!
“As revoluções são a locomotiva da história, Karl Marx”.
António Lemos
Sobre o Século do Povo – A Crise do Capitalismo
Estamos na década de 70 no auge da guerra fria, dois blocos: o socialista representado pela URSS e o capitalista representado pelos EUA, digladiam-se na América do sul, na Ásia e em África. Os ventos da globalização varrem o mundo. No ocidente capitalista vivem-se momentos de euforia com a expansão dos mercados. Embora com impostos elevados vive-se num tempo em que ainda se pensa ser possível ter um emprego para toda a vida. Nos EUA, famílias inteiras trabalham na indústria, o trabalho é bem remunerado, os trabalhadores têm direitos e organizações sindicais que negoceiam com os patrões.
Vive-se no mundo capitalista, mas num capitalismo organizado com rosto, em que as industrias ainda se mantem fixas ao chão. Na URSS e nos países do bloco socialista há trabalho e salários para todos, o estado oferece segurança no emprego, cuidados de saúde, habitação, educação e cultura. No entanto os orçamentos de defesa esmagam a URSS, dificultando a prosperidade económica das suas repúblicas.
Na década de 80, o mundo capitalista começa a mudar de forma rápida, tendo em conta factores de concorrência da globalização, as empresas tem de se modernizar e globalizar, já não chega concorrer no mercado interno têm de concorrer interna e externamente.
É necessário baixar os custos de produção, em consequência, o emprego certo e bem remunerado fica ameaçado. As empresas fecham, são os custos da globalização, os mais favorecidos completamente instrumentalizados e formatados pelo neoliberalismo não estão dispostos a contribuir para o sustento dos mais desfavorecidos.
O neoliberalismo puro e duro chega ao poder, tomamos como exemplo o de Margaret Thatcher na Inglaterra, a ideia da economia de mercado funciona sem qualquer controlo.
A China abre-se ao capitalismo e abraça a economia de mercado, embora de forma controlada, a isso é obrigada, a sede de consumo chega com os ventos da globalização que sopram forte e começam a varrer a China. Por sua vez a URSS não abraça a economia de mercado, tenta resistir, mas a corrupção e a traição que mina o aparelho de estado e a falta de liberdade de expressão colocam-na no caminho da derrocada. Com a queda do muro de Berlim (1989), a URSS caminha para o desmantelamento. É o fim da guerra fria, mas aqueles que na altura pensavam ter chegado a uma nova era de paz e prosperidade depressa perceberam o engano.
Com o fim da URSS o Neoliberalismo funciona em pleno, sem contraditórios, os nacionalismos e o militarismo acentuam-se na Europa e dão origem a guerras Fratricidas nos Balcãs. A Europa da democracia assiste às mais atrozes guerras étnicas e religiosas, campos de concentração são construídos e relembram as fragilidades das democracias liberais europeias numa Europa que é impotente para as travar da barbárie. Na Rússia aumenta o desemprego, perdem-se regalias sociais, a economia de mercado começa a funcionar, rapidamente cava-se um enorme fosso entre ricos e pobres.
O capitalismo desorganizado, selvagem, domina local e globalmente, os Estados perdem soberania, o estado social desmorona-se, o desemprego aumenta e as empresas são deslocalizadas ao sabor dos menores custos de produção, da mão-de-obra barata, o capitalismo financeiro não tem rosto e os trabalhadores perdem capacidade reivindicativa. A China adota os “tiques” do capitalismo e próspera economicamente.
Portugal, pequeno e periférico, mal governado por sucessivos governos de caris liberal ou neoliberal, afunda-se incapaz de se afirmar na Europa, a globalização chegou a Portugal não como um vento mas como um ciclone.
A revolução de 25 de Abril de 1974 foi há 38 anos, as conquistas de então foram-se perdendo no tempo de crise em crise, estamos em 2012, Portugal enfrenta a maior recessão económica que há memória, a ajuda externa do FMI, da UE, e do BCE não só retirou soberania económica como impôs condições recessivas que mais não fizeram que agravar as desigualdades, é a crise do capitalismo a ser paga pelo povo. Cresce o desemprego, milhares de famílias perdem as casas que adquiriram a crédito, o endividamento de empresas e famílias acentua uma espiral de pobreza incontrolável, os governos de cariz neoliberal curvam-se perante o eixo franco-alemão, os portugueses sem liderança ficam apáticos esperando um milagre. Na rua os sindicatos tentam a todo o custo resistir de forma ordeira, manifestação atrás de manifestação, greve geral atrás de greve geral, é um patamar que já deveria ter sido ultrapassado. A situação insustentável do povo português exige outras formas de luta, os portugueses precisam que se lhes aponte o caminho que leve á mudança de política económica e social.
As próximas gerações enfrentam a incerteza, mas os ventos de revolta que emergem por todo o mundo podem ser um sinal de que a revolução poderá estar mais perto do que se julga.
António Lemos
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