José Carlos Pereira Ary dos Santos
Hoje apetece-me homenagear aquele que considero ser o poeta da Revolução, José Carlos Pereira Ary dos Santos, Nasceu a 7 de Dezembro de 1936 em Lisboa e Faleceu em 18 de Janeiro de 1984.
Quando digo que faleceu refiro-me á morte física porque a sua memória e a sua obra perduraram nos tempos. Poeta, Dramaturgo, Resistente antifascista, militante do Partido Comunista Português desde 1969, vence o festival da canção da RTP em 1969 com a canção Desfolhada Portuguesa, em 1971 Menina do Alto da Serra, em 1973 Tourada e em 1977 Portugal no Coração. Dos seus poemas destaco, Poeta Castrado Não, As Portas que Abril Abriu, Muitos homens na Prisão. E muitos, muitos outros fizeram de José Carlos Ary dos Santos O POETA DO POVO O POETA DA REVOLUÇÃO! António Lemos.
Poeta Castrado, Não!
Serei tudo o que disserem
por inveja ou negação:
cabeçudo dromedário
fogueira de exibição
teorema corolário
poema de mão em mão
lãzudo publicitário
malabarista cabrão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!
Os que entendem como eu
as linhas com que me escrevo
reconhecem o que é meu
em tudo quanto lhes devo:
ternura como já disse
sempre que faço um poema;
saudade que se partisse
me alagaria de pena;
e também uma alegria
uma coragem serena
em renegar a poesia
quando ela nos envenena.
Os que entendem como eu
a força que tem um verso
reconhecem o que é seu
quando lhes mostro o reverso:
Da fome já não se fala
é tão vulgar que nos cansa
mas que dizer de uma bala
num esqueleto de criança?
Do frio não reza a história
a morte é branda e letal
mas que dizer da memória
de uma bomba de napalm?
E o resto que pode ser
o poema dia a dia?
Um bisturi a crescer
nas coxas de uma judia;
um filho que vai nascer
parido por asfixia?!
Ah não me venham dizer
que é fonética a poesia!
Serei tudo o que disserem
por temor ou negação:
Demagogo mau profeta
falso médico ladrão
prostituta proxeneta
espoleta televisão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!
José Carlos Ary dos Santos
Para Recordar:
http://www.youtube.com/watch?v=GOgB0pynz7c
http://www.youtube.com/watch?v=fbsOhWt3nyw&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=TZgMMXyFouQ&feature=related
Carta de Clemente Alves Coordenador da CUT – Comissão Unitária de Trabalhadores do Casino Estoril ao Sr. Director Geral de Saúde
Caros Colegas e Amigos;
Sei que muitos me vão acusar de, entre outras coisas, "estar a promover o desemprego entre os meus colegas". Podem-no fazer, mas desde já lhes digo que tal argumento é hipócrita e próprio de quem, mesmo perante a morte dos seus colegas e amigos, prefere fazer como a avestruz.
Eu recuso-me, por isso tomei posição.
Aos muitos outros que são capazes de olhar para além do seu próprio nariz, a esses apresento as minhas saudações fraternais.
Clemente Alves
(Segue o texto que hoje, no dia da morte de mais um colega, decidi enviar a quem de direito)
Exmº. Senhor
DIRECTOR GERAL DE SAÚDE
No passado dia 9, vitima de cancro no pulmão, foi a enterrar o ex-trabalhador da sala de jogos do Casino Estoril, Vítor Martinez, de 58 anos de idade.
Hoje, e com apenas 57 anos de vida, faleceu o também trabalhador da mesma sala de jogos do mesmo casino, Fernando Bartolomeu, vitima de cancro no esófago.
Não temos grandes dúvidas de que na origem destas mortes, como de resto em várias outras a que temos vindo a assistir entre profissionais dos casinos, está a excessiva exposição ao fumo do tabaco a que estão sujeitos durante o exercício da sua actividade laboral.
O modo como nos casinos portugueses se desrespeita a Lei que restringe o fumo do tabaco - e se brinca com a saúde e a vida dos trabalhadores e dos frequentadores -, é por demais escandalosa.
Por isso,
Sr. Director Geral de Saúde, não posso deixar de lhe dizer que eu sei de quem é a responsabilidade pela morte meus colegas.
Respeitosamente,
Clemente Alves
Coordenador da CUT- Comissão Unitária de Trabalhadores, (Casino Estoril)
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