Este espaço destina-se à divulgação de Noticias, Ideias e Pensamentos e ao debate de temas relacionados com o Ambiente, o Mar, a Politica, a Cidadania, o Turismo, a Sociedade e a Cultura em geral.
Sexta-feira, 17 de Dezembro de 2010
O Polvo e a Pesca Artesanal na Costa de Cascais

       ALCATRUZES DE PLASTICO

 O concelho de Cascais onde trabalho enquanto operador Marítimo Turístico, é também caracterizado pelos seus mais 30 km de orla costeira, razão para ser detentor de uma comunidade piscatória com algum significado na economia do concelho, cerca de 4% segundo estudos da agência Cascais Atlântico.

Diz-se que o Rei D. Carlos adorava comer peixe em Cascais, principalmente as sardinhas, os carapaus e as cavalas do mar de Cascais assadas na brasa. Como se percebe a comunidade piscatória de Cascais é muito antiga e terá sido com certeza muito mais numerosa nos tempos da monarquia.

Hoje a pesca profissional que se pratica na orla costeira de Cascais limita-se a uma pesca artesanal muito direccionada para algumas espécies mais abundantes, ou mais comerciais, como o polvo, o robalo, alguns crustáceos, e durante os meses de Junho, Julho, Agosto e Setembro a cavala, o carapau e alguma sardinha. Enquanto profissional do mar, tenho a possibilidade de observar toda esta actividade bem como contactar com alguns pescadores profissionais que desenvolvem a sua actividade no mar de Cascais, e consegui com alguma facilidade constatar que o mar de Cascais está hoje mais pobre do que estava há 10 ou 15 anos atrás.

Espécies como o besugo, o goraz, o pargo, a dourada, o linguado e o robalo, são hoje muito menos abundantes e excluindo o robalo que pelo seu valor comercial a sua captura ainda é rentável, os outros pelas fracas capturas dos últimos anos, são pouco relevantes para a sustentabilidade económica da comunidade piscatória de Cascais.

É o polvo-comum, “octopus vulgaris”, a espécie mais capturada pelos pescadores artesanais de Cascais, esta espécie pela sua abundância e pelo seu elevado valor gastronómico, tem sido de grande importância para que a pesca artesanal mantenha ainda alguma relevância na economia do concelho.

Covo

Embora alguns estudos sobre a qualidade e abundância do polvo comum em Cascais indiquem que o mesmo se não encontra ameaçado de extinção e a sua qualidade é muito boa, (UTL, Dr.ª Amaral, Ana Isabel Teixeira Amaral, tese de mestrado), eu tenho algumas dúvidas não no que toca á qualidade, mas relativamente á sua abundância. Quem como eu pesca e mergulha no mar de Cascais terá já detectado alterações na quantidade e no tamanho do polvo. Há alguns anos atrás quando se capturavam polvos, o seu tamanho médio variava entre 1 kg e os 3 kg, hoje é raro que as capturas ultrapassem o 1,5kg, a grande maioria dos polvos capturados a bordo da minha embarcação, dificilmente atingem as 750g que é o tamanho legal permitido por lei, sendo por isso na sua grande maioria devolvidos ao mar.

Esta redução na quantidade e tamanho que afirmo existir deve-se essencialmente às artes de pesca utilizadas na captura do polvo-comum. As artes mais utilizadas, são os alcatruzes e os covos. Ao contrário de alguns entendidos considero a utilização de alcatruzes extremamente prejudicial ao ambiente marinho, principalmente os mais modernos que ao contrário dos antigos que eram feitos de barro, são hoje feitos de plástico, já por aqui se entende que o plástico é muito mais nocivo para o ambiente do que o barro. Depois temos a função do alcatruz que se traduz em proporcionar tocas artificiais aos polvos que as procuram para se abrigarem principalmente durante a Primavera e o Verão, altura da desova, com a intenção de lá colocarem os ovos, mantendo-se a fêmea junto dos mesmos para os proteger, lançando jactos de água de forma a mantê-los o mais oxigenados possível. Fácil será de entender que as capturas feitas com este instrumento são na sua grande maioria fêmeas, e as posturas que se encontram dentro dos alcatruzes são destruídas na altura da captura.

O que temos é uma captura massiva de fêmeas na altura em que se encontram mais vulneráveis, mas também numa altura em que está em causa a continuação da espécie no seu todo. 

Não posso deixar de referir que quando os alcatruzes eram feitos de barro, o perigo de agressão ambiental quando ficavam presos no fundo, seria de certeza menor, uma vez que a sua composição se limitava a barro cozido e por acção do mar se iria desfazendo com alguma rapidez.

O mesmo não acontece com o plástico, pois os alcatruzes actuais quando se perdem no fundo do mar, ficam intactos durante muito tempo e demoram a desaparecer pelo menos 100 anos.

Não compreendo como é possível os deputados do Bloco de Esquerda defenderem a pesca com alcatruzes e terem no ano de 2007 interpelado o Ministro da Agricultura do Desenvolvimento Rural e Pescas, sobre a legislação em vigor, propondo alterações á mesma, que incentivavam o uso de alcatruzes, com o único propósito de defenderem interesses económicos, ligados á pesca artesanal na região do Algarve.

Escrevi em Setembro de 2007, um artigo intitulado “O Mar Ameaçado” que foi publicado neste Blogue Mar Revolto e em revistas da especialidade, onde abordo os malefícios que o homem tem causado ao mar, até hoje pouco ou nada mudou e as agressões ao ambiente marinho, á sua fauna e flora são cada vez mais.

António Lemos



publicado por António Lemos às 15:04
link do post | comentar | favorito

Quinta-feira, 9 de Dezembro de 2010
Informação Greenpeace Internacional

The petition signatures are unveiled in front of the European Commission building in Brussels as 3-D art - see more on the delivery!

 

Hi Antonio,

Your call for a European Union moratorium on genetically modified crops is being delivered today!

Together with Avaaz, we're presenting this petition right now in Brussels, as the first ever European Citizen's Initiative, to the European Commission. This means, according to the Lisbon Treaty of the European Union, that the Commission must bring forward an appropriate legal proposal on this topic - putting your voice in a closet isn't an option for them.

Your name isn't simply being handed over on a piece of paper - it's being delivered on a 380 square metre piece of 3D artwork by world-famous pavement artist Kurt Wenner. You can see more images of your signature in Brussels and get the latest here.

YOU are one in a million! And today, we'd like to say thank you.

Thanks to you, our sustainable agriculture campaign is moving one major step forward in the EU.

Thanks to you, the movement for safe food and sustainable agriculture can no longer be ignored in Europe.

Thanks to you, the quiet lobby of corporations promoting genetically modified food is no longer the voice that Brussels politicians hear.

The EU Commission must listen to one million voices - to do otherwise would be to ignore the will of their citizens and to bow to the narrow interests of enormous agro-chemical corporations.

So give yourself a pat on the back - you did an amazing job. We will ensure that your voice is heard. For now, remind the world that there are one million people with you:

Tweet about this! / Share it on Facebook

All the best,

Myrto, Natalia, Lisa
& the entire Greenpeace agriculture campaign team.

Interested in volunteering?
Greenpeace International



publicado por António Lemos às 17:36
link do post | comentar | favorito

mais sobre mim
pesquisar
 
Novembro 2022
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4
5

6
7
8
9
10
11
12

13
14
15
16
17
18
19

20
21
22
23
24
25
26

27
28
30


posts recentes

Os povos querem a paz. O ...

A PESCA E A PRESERVAÇÃO D...

João Ferreira, DECLARAÇÃO...

O Legado da Kitty

Em Estado de Emergência, ...

Defender o Rio Sado contr...

Sylvia Earle, a Rainha do...

LUTAR EM TODAS AS FRENTES...

A comunicação social, a i...

EU QUERO O FIM DA CAÇA Á ...

Que Futuro: um progresso ...

Eu estava lá e não esqueç...

Faro de Cabo Ortegal

Visita ao Navio Hospital ...

TENDO O MAR COMO HORIZONT...

Em cascais, PSD, CDS e PS...

PS: UM JOGO NOVO?

VISITA A ESCAROUPIM, UMA ...

PSP de Cascais interrompe...

A Margarida Partiu, a dor...

arquivos

Novembro 2022

Abril 2021

Janeiro 2021

Outubro 2020

Abril 2020

Dezembro 2019

Abril 2019

Dezembro 2018

Novembro 2018

Abril 2018

Março 2018

Janeiro 2018

Novembro 2017

Maio 2017

Março 2017

Novembro 2016

Outubro 2016

Setembro 2016

Julho 2016

Junho 2016

Abril 2016

Janeiro 2016

Novembro 2015

Outubro 2015

Agosto 2015

Julho 2015

Maio 2015

Abril 2015

Fevereiro 2015

Janeiro 2015

Dezembro 2014

Novembro 2014

Outubro 2014

Setembro 2014

Julho 2014

Junho 2014

Maio 2014

Abril 2014

Março 2014

Fevereiro 2014

Janeiro 2014

Dezembro 2013

Novembro 2013

Outubro 2013

Setembro 2013

Agosto 2013

Junho 2013

Maio 2013

Abril 2013

Março 2013

Fevereiro 2013

Janeiro 2013

Dezembro 2012

Novembro 2012

Outubro 2012

Setembro 2012

Agosto 2012

Julho 2012

Junho 2012

Maio 2012

Abril 2012

Março 2012

Fevereiro 2012

Janeiro 2012

Dezembro 2011

Novembro 2011

Outubro 2011

Setembro 2011

Agosto 2011

Julho 2011

Junho 2011

Maio 2011

Abril 2011

Março 2011

Fevereiro 2011

Janeiro 2011

Dezembro 2010

Novembro 2010

Outubro 2010

Setembro 2010

Junho 2010

Abril 2010

Fevereiro 2010

Janeiro 2010

Novembro 2009

Agosto 2009

Julho 2009

Maio 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Junho 2008

Abril 2008

Fevereiro 2008

Janeiro 2008

Dezembro 2007

Novembro 2007

Setembro 2007

Julho 2007

Junho 2007

Abril 2007

Março 2007

Fevereiro 2007

Janeiro 2007

Dezembro 2006

Novembro 2006

Outubro 2006

Setembro 2006

Julho 2006

Abril 2006

Março 2006

Janeiro 2006

Dezembro 2005

Novembro 2005

Setembro 2005

Julho 2005

Maio 2005

Abril 2005

Março 2005

Fevereiro 2005

Janeiro 2005

Dezembro 2004

favoritos

“A FESTA DO AVANTE”, MIGU...

links
blogs SAPO
subscrever feeds