"Despedir a Célia para salvar a empresa"
Uma providência cautelar para tentar travar o despedimento de 112 trabalhadores do Casino do Estoril foi ontem entregue no Tribunal de Cascais e outras duas serão interpostas até Junho, garantiu ontem Clemente Alves, da Comissão de Trabalhadores.
Mães solteiras, uma grávida de cinco meses e muitos trabalhadores com mais de 50 anos estão em risco de ficar no desemprego, alerta o responsável da CT da Estoril Sol . Há ainda o caso da trabalhadora Célia Cruz, que está a passar pelo segundo despedimento colectivo com o mesmo patrão.
Célia Cruz revelou ao JN que o primeiro despedimento aconteceu no Hotel Estoril Sol, entretanto demolido. Mais tarde, conseguiu colocação no casino e agora está novamente à beira do desemprego. Recebe 786 euros mensais de salário. "É pouco e faz muita falta", assegura.
A administração da Estoril Sol justifica os despedimentos com a necessidade de manter o equilíbrio financeiro da empresa. Ainda anteontem, em declarações à agência Lusa, Mário Assis Ferreira, presidente da administração, reconhecia que a decisão era "penosa, mas necessária". Clemente Alves aproveitou ontem para responder, mas com ironia: "É preciso despedir a Célia para ajudar a salvar a empresa!".
Mas há ainda outra Célia na lista, de apelido Basílio, que espera o seu primeiro filho. "Era para estar aqui no tribunal, mas ficou em casa. Está de baixa. Ficou muito fragilizada com tudo isto que aconteceu. Não sei como vai ser. Eu vou tentar apoiar no que puder, já que, para já, não fui despedido", afirmou Luís Basílio, irmão de Célia, que também trabalha no Casino do Estoril.
De acordo com o responsável da CT, o salário médio dos trabalhadores afectados pelo despedimento colectivo é de 1100 euros. "Uma migalha comparado com o que ganham os directores, que recebem cinco a seis mil euros, a que se juntam outros benefícios", acusou. "Além disso, é preciso sustentar uma frota de 58 automóveis de luxo", acrescentou.
Audiência no Ministério
Clemente Alves sublinhou que, nos últimos sete anos a Estoril Sol já "destruiu 810 postos de trabalho, mas o número de administradores e directores cresceu". Lembrou ainda que os lucros da empresa, no ano passado, foram de 12 milhões de euros.
"Não estamos a falar de uma empresa com dificuldades financeiras. Estamos optimistas e acreditamos que será feita justiça. Há fundamentos legais para impedir os despedimentos", afirmou, acrescentando que, na terça-feira, os trabalhadores serão recebidos no Ministério do Trabalho.
Artigo JN. TELMA ROQUE, 15 de Abril de 2010
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