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Passaram 34 anos e hoje, mais de 3 milhões de portugueses já nasceram depois da Revolução de Abril e não viveram nem conheceram o que foi o fascismo. O pouco que sabem resume-se ao pouco que se fala nas escolas, fruto muitas vezes da vontade de alguns professores em falarem da nossa história recente que nos levou à conquista da Liberdade. No entanto, tem-se assistido a um processo bem orquestrado, de ajuste de contas com o 25 de Abril, particularmente sedeado na destruição de direitos e conquistas, que as forças mais conservadoras desenvolvem no nosso país e tem como peça complementar ocultar e branquear a natureza e os crimes da ditadura fascista que oprimiu e explorou o povo português durante 50 anos.
O regime fascista baseou-se na feroz exploração dos trabalhadores e no atraso económico e social e foi marcado pelo domínio da economia nacional por grandes grupos monopolistas. Infelizmente, assistimos hoje ao crescimento cada vez mais acentuado do domínio dos grandes grupo económicos, como na Banca e nos Seguros que, fruto das políticas implementadas pelo governo do “Partido Socialista”, dominam de novo grande parte da economia nacional.
Tal como antes da Revolução de 25 de Abril de 1974, assistimos hoje a situações em que são postas em causa as liberdades de expressão, de reunião, de manifestação e associação. Fazendo vista grossa da Constituição da República Portuguesa tenta-se controlar e até proibir os partidos políticos mais pequenos, e numa descarada conspiração os partidos que têm governado Portugal, PS e PSD, tudo fazem para alterar a legislação eleitoral, para que ambos se possam perpetuar no poder.
O regime Fascista arrastou o país para 13 anos de guerra colonial, com 10 000 mortos e mais 30 000 feridos portugueses e muitos milhares de vítimas entre os povos das ex-colónias, e só depois da revolução de 25 de Abril foi possível devolver a liberdade aos povos dessas ex- colónias portuguesas.
Éramos um país pobre, onde mais de 2 milhões de portugueses tiveram de emigrar não só para poderem sustentar a família mas também para poderem usufruir da liberdade que no seu país lhes era negada.
A viragem à direita que há muitos anos ensombra e combate o Portugal de Abril tem, sob múltiplas formas e meios, procurado ocultar e branquear esta realidade. Assistimos hoje à vergonhosa tentativa de criação de um museu de Salazar, mas não de um museu da ditadura onde se retrate e relembre a opressão e a repressão a que os portugueses foram sujeitos, o que se pretende é falsificar a historia e lavar a cara ao ditador e a todos os seus seguidores que durante quase 50 anos escravizaram o povo português.
Atravessamos hoje uma grave crise social que ocorre precisamente quando o “Partido Socialista”, que se diz de esquerda, está no governo. Este partido que se diz de esquerda, encerra hospitais e maternidades, liberaliza os despedimentos, entrega a privados grande parte do património público e pretende entregar à exploração privada a saúde dos portugueses, direito este consagrado na Constituição.
Este “Partido Socialista” mais não faz do que servir os interesses dos grandes capitalistas permitindo que os mesmos possam à sua vontade explorar e reprimir os trabalhadores, e dessa forma enriquecer ainda mais e concentrar a riqueza num grupo cada vez mais restrito, somos por isso o país com mais pobres na Europa.
Não foram estes os caminhos que Abril abriu! Estou convicto que o povo saberá dar a resposta que se impõe e saberá defender as conquistas de Abril que ainda nos restam, e a seu tempo, caso seja necessário, saberá pegar de novo na espada e no cravo e gritar VIVA A LIBERDADE.
25 de Abril SEMPRE
Antonio Lemos