Este espaço destina-se à divulgação de Noticias, Ideias e Pensamentos e ao debate de temas relacionados com o Ambiente, o Mar, a Politica, a Cidadania, o Turismo, a Sociedade e a Cultura em geral.
Terça-feira, 28 de Março de 2006
Farol da Guia
FGuia01[1].jpgDesde o início do século XVI que existiam alguns pontos da costa portuguesa onde era usual acender fogueiras ou luzes de azeite que constituíam ajudas à navegação, os quais se chamavam fachos ou vigias. Este era o caso da ermida de N. Sr.ª da Guia, construída em 1523 numas terras doadas por D. Luiz de Castro, senhor de Cascais e, onde em 1537, a irmandade local ergueu uma torre onde se acendia um conjunto de quatro ou cinco luzes de azeite que se via a grande distância para ajudar os navegantes. Esta luz era mantida pela irmandade, que fornecia o azeite e vidraças da lanterna, mantendo-a acesa durante cerca de oito meses do ano. Mas esta não foi a primeira luz do género em Portugal, pois já desde 1515 ou 1516 os frades do Convento de D. Fernando no Cabo de S. Vivente ali mantinham uma luz. A torre foi muito danificada com o terramoto de 1755, obrigando a grandes obras de reconstrução e à substituição do equipamento. Entretanto, o Serviço de Faróis é organizado e atribuído, pelo Marquês de Pombal, à junta de Comércio, por alvará de 1 de Fevereiro de 1758, que manda construir 6 faróis na nossa costa, sendo o primeiro estabelecido em 1660, o de N. Sr.ª da Luz, a norte da Barra do Douro, onde antes existia uma luz rudimentar e que já se encontra extinto por ter deixado de ser útil. O Farol da Guia actualmente existente, decorre da reconstrução da ermida de N. Sr.ª da Guia, e foi o segundo do Serviço de Faróis, tendo sido estabelecido em 1761, emitindo uma luz fixa branca, a partir de 16 candeeiros de Argand, alcançando as 13 milhas em boas condições de visibilidade, num sector de 240º. A sua torre, de oito faces, com 23 metros de altura e constituída por espessas paredes de alvenaria com cunhais e cimalhas de cantaria, foi forrada com azulejos brancos em meados do sec. XIX e renovados em Abril de 2003. Em 25 de Setembro de 1879, é dotado de uma óptica de tambor de Fresnel, de 3ª ordem, com 500 mm de distância focal, com um candeeiro a gás produzido do petróleo que seria substituído por um de duas torcidas em 1897. O farol cobria um arco de horizonte de 288º num alcance de 15 milhas. Nesta altura, estava já em construção o Farol de Santa Marta, que iria constituir com o da Guia, o enfiamento da Barra Norte do Porto de Lisboa. O farol esteve apagado entre Março de 1914 e Dezembro de 1918 devido à 1ª grande guerra. Em 1938 o candeeiro de duas torcidas é substituído por um eclipsor a gás, passando a apresentar três relâmpagos a cada 15 segundos, com um alcance de 21 milhas. Nesta altura é instalada uma pequena lanterna que emitia uma luz fixa vermelha na direcção do enfiamento. Em 1957, o farol é electrificado com a instalação de dois grupos geradores, sendo retirada a lanterna vermelha do enfiamento, e dotado de um filtro vermelho na óptica em sua substituição. Em 1982, juntamente com os restantes faróis das aproximações a Lisboa, foi automatizado passando a dispor de redundâncias nas suas funções vitais, e a ser controlado a partir de uma central de telecontrolo instalada na Direcção de Faróis, em Paço de Arcos. Actualmente, o farol não é guarnecido, sendo as suas residências utilizadas por faroleiros que prestam serviço na Direcção de Faróis. O sistema de telecontrolo foi substituído por um de monitorização, que transmite uma mensagem SMS para o telemóvel do faroleiro de chamada à Central de Faróis, sempre que ocorre uma falha. O Farol da Guia é uma belíssima construção que evidencia a época pombalina e constitui, para além da sua utilidade primária, um local de visita obrigatória para quem demande aquela área. Texto:*** Revista da Armada/Direcção de Faróis*** Adaptado por António Lemos




publicado por António Lemos às 15:01
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Domingo, 26 de Março de 2006
Globalização e o Desemprego

contra_el_tlc[1].jpg

Chama-se Globalização ao crescimento da interdependência de todos os povos e países da superfície terrestre. Ora essa interdependência não seria por si só maléfica, se todos os países se encontrassem no mesmo patamar de desenvolvimentos económico e social, no entanto como todos sabemos existem na terra países pobres e países ricos, isto porque o meio-termo tende a desaparecer precisamente por causas imputadas à chamada globalização. Os países ricos, as grandes potencias económicas, agem hoje em matéria de globalização como um “polvo”, estendendo os seus tentáculos sobre os países subdesenvolvidos ou em vias de desenvolvimento, onde através das grandes multinacionais e a troco da criação de emprego sempre em moldes precários e explorando mão-de-obra barata vão usufruindo de todas as benesses fiscais e outras, (como em Portugal, a cedência a preços simbólicos de grandes áreas de terreno publico), oferecidas pelos governos centrais e pelas autarquias. A globalização não afecta ou beneficia a todos de maneira uniforme: uns ganham muito, (as grandes potencias económicas) outros ganham menos, outros perdem, (os países mais pobres). Na prática exige-se mais produção a menos custo; ora isto só é possível com maior desenvolvimento da tecnologia ou então com mão-de-obra barata. A mão-de-obra barata de trabalhadores sem qualificação ou menos qualificados é precisamente o que as grandes multinacionais procuram nos países subdesenvolvidos ou em vias de desenvolvimento, trabalhadores não qualificados são vulneráveis fáceis de convencer e assim que os objectivos económicos da empresa são atingidos, os trabalhadores são facilmente descartados, a empresa fecha as portas e deslocaliza-se, vende as instalações e o terreno que adquiriu a preço simbólico, por bom preço. Em conclusão não investiu nada, tudo foi lucro, não gerou riqueza no local onde se instalou, limitou-se a gerar desemprego e mais dramas sociais. É um problema nacional, dramático para os países mais pobres como Portugal, que perdem com a desvalorização das matérias-primas que exportam e o atraso tecnológico em que se encontram. O relatório da ONU deste ano sobre o desenvolvimento humano, comprova que a globalização está a concentrar riqueza: os países ricos ficam mais ricos, e os pobres, mais pobres. Há vários motivos para isso. Por exemplo: na redução das tarifas de importação, beneficiam muito mais os produtos que são exportados pelos países mais ricos, pois os mais ricos continuam a subsidiar os seus produtos agrícolas e outros, inviabilizando as exportações dos mais pobres. Abertura de mercados ao comércio internacional, a migração de capitais, a uniformização e expansão tecnológica, tudo isso, capitaneado por uma frenética expansão dos meios de comunicação, são forças incontroláveis que mudam hábitos e conceitos, procedimentos e instituições. O nosso mundo aparenta estar cada vez menor, mais restrito, com todos os seus cantos explorados e expostos à acção humana. É a globalização no seu sentido mais amplo, cujos reflexos se fazem sentir nos aspectos mais diversos da nossa vida económica, social e cultural. Portugal com os seus governos de direita (PSD/CDS-PP) ou de “esquerda” com politicas de direita (PS), tem permitido que as grades potências económicas através das suas multinacionais, bem como uma politica desenfreada de privatizações e um ataque sistemático aos direitos dos trabalhadores, tenham ao longo destes últimos anos criado uma situação de total descontrolo sobre o desemprego, o que levou a que se atingisse em 2006 a taxa de desemprego mais alta dos últimos 20 anos. A revolta que grassa por essa Europa fora, tendo como exemplo as manifestações em França, deveria ser entendida pelos governantes Europeus em geral e Portugueses em particular, como um sério aviso de que é necessário mudar as politicas de emprego, económicas, sociais e culturais.

***** António Lemos



publicado por António Lemos às 15:46
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Domingo, 5 de Março de 2006
Frida Kahlo

kahlo-frieda-self-portrait-with-monkey-2807028[1].jpg

Frida Kahlo nasceu no ano de 1907, mas gostava de declarar ser filha da revolução mexicana ao assumir que tinha vindo ao mundo em 1910. Queria ser filha do México moderno. Todos os que a conheceram ou que conheceram um pouco da sua vida e obra sabem que ela foi sempre uma mulher marcada por tragédias e sacrificios pessoais que desde muito nova a afectaram. Ainda menina, Frida contraiu poliomielite, que a deixou com uma deficiência no caminhar, para toda a vida. Esta deficiência foi algo que a atormentou na infância, mas que, com sua força interior, conseguiu superar com o passar dos anos. Frida Kahlo era dona de uma personalidade única, dominada por um profundo sentimento de independência e de rebeldia contra os valores morais e sociais, movida pela paixão e pela sensualidade. Orgulhosa do seu México e das suas tradições culturais, lutava contra a americanização do mundo e da arte. Contudo, a sorte não parecia soprar a seu favor. Já adulta, com 18 anos, Kahlo sofreu um grande acidente de trânsito, quando o autocarro em que se deslocava chocou contra um eléctrico. Frida ficou gravemente ferida, sem poder sair da cama por um longo período de tempo, vítima de múltiplas fracturas e de uma grave lesão causada por um ferro que atravessou a sua bacia e vagina. Presa à cama e realizando cirurgias umas atrás das outras, começou a pintar. Durante a longa e penosa convalescença, a sua mãe pendurou um espelho no tecto do seu quarto, mesmo por cima da sua cama e não foi preciso mais nada. A inspiração chegou e o seu próprio corpo tornou-se no seu mais frequente modelo. Frida dizia muitas vezes: "Eu pinto-me porque estou muitas vezes sozinha e porque sou o assunto que melhor conheço." Porém, Frida continuou a não ter uma vida sem dores, desta vez, não do corpo, mas da alma. A relação com o marido Diego Rivera, a sua grande paixão, foi sempre tumultuosa. Diego tinha muitas amantes e Frida não se ficava atrás, compensando as traições do marido com amantes de ambos os sexos. O maior sofrimento de Frida, segundo ela própria afirmava, foi o facto de não poder ter filhos. Embora tenha engravidado varias vezes, as sequelas do acidente de autocarro impossibilitaram-na de manter a gravidez até ao fim, o que ficou expresso na sua arte. A sua expressão artística era assim, Frida pintava os momentos que passavam pela sua vida e, embora os seus quadros se pudessem considerar bastante "fortes", ela não os considerava surrealistas: "Pensaram que eu era surrealista, mas nunca fui. Nunca pintei sonhos, limitei-me a pintar minha própria realidade." Frida contraiu uma broncopneumonia e morreu em 1954 de embolia pulmonar. A última frase que escreveu no seu diário passou à história envolta em dúvidas, pois terá levantado a suspeita de um possível suicídio, "Espero alegremente a saída e espero nunca mais voltar, Frida." É possível que Frida já não suportasse mais as dores do corpo e da alma que marcaram toda a sua vida. Em 2002, a vida de Frida Kahlo, foi levada ao cinema. A pintora que queria ser filha da revolução acabou correndo o mundo como a mulher que revolucionou a arte mexicana. Cinquenta e um anos após a sua morte, o mistério Frida Kahlo perdura. Hoje, ela é considerada uma das artistas mais significativas do século XX e a sua vida, as suas batalhas contra a doença, o seu casamento com o pintor Diego Rivera, as suas posições extremadas e inovadoras para a altura são tão importantes como a sua obra e são contínuo objecto de estudo. O Centro Cultural de Belém traz a Lisboa uma retrospectiva da conhecida pintora mexicana Frida Kahlo (1907-1954). São 26 telas – algumas delas, obras-chave na carreira da artista –, objectos pessoais e fotografias. Até 21 de Maio.

*** A Não Perder***

Texto adaptado por António Lemos*** 4 de Março de 2006



publicado por António Lemos às 21:23
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