O que eu vi pelas imagens de caos difundidas pela comunicação social nos Supermercados Pingo Doce é sem dúvida um atentado á dignidade humana, mas é também um desrespeito ao povo português ao explorar as graves dificuldades económicas que afectam a nossa sociedade com objectivos de demostrar que o poder do capital é capaz de impor situações de instrumentalização com a facilidade que os mais esclarecidos já conhecem, mas que muitos de nós assistiram pela primeira vez em directo pela comunicação social.
Aquilo que o capitalismo representado pela Jerónimo Martins/Pingo Doce pretendeu com a suposta promoção dos 50%, foi também uma demostração de imposição ideológica de força, contrapondo ao simbolismo de 1 de Maio dia do Trabalhador, uma tentativa clara de desvalorizar o significado histórico de luta e reivindicação do 1 de Maio. O capital pretendeu mais do que tudo, demostrar que nada consegue deter a sua vontade de explorar e de instrumentalizar os trabalhadores e o povo em geral quando muito bem entende. O silêncio do governo e dos partidos que sustentam o governo é paradigmático da forma como consente as imposições do grande capital na destruição dos direitos do trabalho ou as imposições externas á condução da política económica e social de Portugal.
A grande manifestação organizada pela CGTP foi uma resposta clara da vontade de fazer crescer a luta e a resistência dos trabalhadores e do povo, foi uma resposta clara de resistência às politicas neoliberais impostas pelo governo completamente subserviente e dominado pelo capitalismo selvagem, nacional e estrangeiro, mas por si só este protesto pacifico já não chega.
Considero que é chegada a altura de elevar a luta e a resistência para outro patamar, é necessário que as organizações democráticas representativas da sociedade, sindicatos, centrais sindicais, partidos democráticos e todos os defensores do estado social conquistado com a revolução de 25 de Abril, encontrem formas de protesto e resistência mais agressivas dentro do que podemos considerar direitos de cidadania e o direito á indignação e á resistência, consagrados na Constituição da Republica Portuguesa.
É chegado o tempo de lutar com todas as armas e de derrubar o governo que explora e oprime os portugueses e destrói o estado social, fazendo a sociedade regredir ao nível do séc. XIX. Este governo não tem legitimidade para governar, perdeu-a! Quando não cumpriu o programa apresentado aos portugueses na campanha eleitoral e quando passou a mentir descaradamente todos os dias, escondendo constantemente as medidas recessivas que aos poucos vai pondo em prática, com a conivência de um Presidente da República que constantemente ofende os portugueses com palavras e actos sobejamente conhecidos de todos nós.
É imperioso perder o medo e derrubar o governo! É necessário criar condições que permitam implementar politicas que verdadeiramente defendam os interesses socio económicos dos portugueses, responsabilizem a especulação bancaria capitalista bolsista, pela crise financeira, económica e social que provocaram e recuperem a soberania nacional afectada pela intervenção estrangeira nos destinos do nosso país. Os portugueses não podem esperar mais Portugal não pode esperar mais.
António Lemos
Fotografia © Gustavo Bom / Global Imagens, lusa/DN, Diario de Noticias.
A MINHA HOMENAGEM A TODOS OS TRABALHADORES HOMENS E MULHERES QUE NESTE MUNDO DOMINADO PELA EXPLORAÇÃO DO CAPITALISMO SELVAGEM, OUSAM LUTAR POR UM MUNDO MELHOR! PELA LIBERDADE PELO PÃO PELA PAZ.
António Lemos
PROLETÁRIOS DE TODOS OS PAÍSES UNI-VOS!
1974 - Luís Cília - "O guerrilheiro"
Canção do século XIX. Apareceu em 1852, por ocasião das lutas civis da Patuleia e Maria da Fonte e tornou-se bastante popular. Autores anónimos. A gravação aqui disponibilizada data de 1982 do disco "Cancioneiro". Contudo a gravação original data de 1974 em disco homónimo. A música desta canção foi adotada como música do hino da intersindical CGTP-IN. I
Ei-lo erguido no topo da serra,
Recostado no seu arcabuz:
De pequeno criado na guerra,
Não conhece, não vê outra luz.
Viu a terra da Pátria agredida,
Ergueu alto seu alto pensar:
- Pula o sangue, referve-lhe a vida
Vinde ouvir o seu rude cantar.
Eia, sus, oh! meus bons camaradas,
Desse sono por fim despertai;
Além tendes vossas espadas,
Eia, sus, bem depressa afiai.
Vai a terra da Pátria vencida,
Quem da luta se pode escusar?
- Pula o sangue referve-lhe a vida
Vinde ouvir o seu rude cantar.
Que me siga quem tem a vaidade
De ouvir balas sem nunca tremer,
Que me siga quem quer liberdade,
Quem não teme na luta morrer.
A estranhos a Pátria vendida
Pede braços que a vão libertar.
- Pula o sangue referve-lhe a vida
Vinde ouvir o seu rude cantar.
Já povoam os ecos da serra
Os sons rudes do altivo clarim;
E d'envolta com os gritos da guerra
Vão em roda cantando-lhe assim:
"Eia, avante, que a Pátria agredida
Quer seus filhos na luta encontrar.
- Pula o sangue referve-lhe a vida
Vinde ouvir o seu rude cantar.
Era noite, mas noite calada.
Sem estrelas no céu a luzir;
Fôra noite dos santos fadada
Para a terra da Pátria remir.
"Se esta luta por nós for vencida
Pode a terra da Pátria folgar"
- Pula o sangue referve-lhe a vida
Vinde ouvir o seu rude cantar.
Adeus serra, calada gigante,
Erma filha do meu Portugal;
Adeus terra que inspiras distante,
Este canto sentido e leal!
"A estranhos a Pátria vendida
Pede braços que a vão libertar".
- Pula o sangue referve-lhe a vida
Vinde ouvir o seu rude cantar. II
Não faltava ninguém no combate
Não faltava na luta ninguém
Só depois - já depois do embate
Rareava nas filas alguém.
Foi acção por acção decidida;
Vinde os mortos no campo contar.
Pula o sangue referve-me a vida
Vinde ouvir-me meu triste cantar.
Era dia: nas armas luzentes
Vinha em chapa batendo-lhe o sol;
Mas nem todos dos lá combatentes,
Viram brilho do imenso farol.
Pela terra de sangue tingida
Mais de um bravo se via rojar.
Pula o sangue referve-me a vida
Vinde ouvir-me meu triste cantar.
Vencedoras as quinas ficaram
Vencedoras ainda uma vez,
Mas de pranto depois as regaram
Quem lhes dera valor português.
Lá ficara uma espada esquecida
Sem que o dono a pudesse zelar.
Pula o sangue referve-me a vida
Vinde ouvir-me meu triste cantar.
Desabando do topo da serra,
Lá deixara o fiel arcabuz:
De pequeno criado na guerra,
Viu na guerra extinguir-se-lhe a luz.
Vira a terra da Pátria agredida
Ergueu alto o seu alto pensar.
Pula o sangue referve-me a vida
Vinde ouvir-me meu triste cantar.
Para saber mais sobre Luís Cília consulte o site www.luiscilia.com
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