A demolição do Hotel Estoril-Sol está praticamente concluída e em seu lugar vão ser construídas três torres de 14 andares cada, nem mais nem menos!
Não posso deixar de recordar que um dia o Senhor Presidente da Câmara de Cascais, Dr. António Capucho, lembrou-se que o Hotel Estoril-Sol, com 16 andares, era um atentado paisagístico e como dono e senhor de Cascais propôs de imediato à administração da Estoril-Sol a sua destruição, o que, pasme-se, foi prontamente aceite.
Encerrou-se o que era só o maior hotel da nossa zona turística e um dos maiores de Portugal, que na altura trazia para Cascais cerca de 80 000 turistas ano. Despediram-se perto de 300 trabalhadores, fecharam-se as empresas que operavam no hotel, e o comércio da baixa de Cascais deixou de contar com um grande número de turistas que geravam riqueza para o Concelho. Tudo em nome da beleza paisagística.
Na altura, de acordo com o protocolo assinado entre a Câmara de Cascais e a Administração da Estoril-Sol e segundo afirmações que na altura o então Presidente do conselho de Administração da Estoril-Sol, Dr. Assis Ferreira, fez há revista Visão e prontamente divulgadas pelo Sr. Presidente da Câmara esta comprometia-se a reconstruir o antigo hotel Miramar no Monte Estoril, a construir um novo hotel com 200 quartos por cima do Casino Estoril, e a abrir um pequeno hotel de “altíssimo luxo” com 40 quartos inserido no complexo habitacional que vai ser construído.
Pergunto, hoje volvidos 5 anos do encerramento do Hotel Estoril-Sol quando se vão cumprir estas promessas? O Hotel Miramar continua em ruínas, no Casino não cresceu nenhum hotel e nas três torres de apartamentos não vai haver qualquer hotel de “altíssimo luxo”.
Aquilo a que assistimos hoje é uma autêntica vergonha. As 3 torres com 14 andares que vão ser construídas nos terrenos onde estava o Hotel Estoril-Sol são aos olhos de quem quer ver, um atentado paisagístico, de uma volumetria que pouco difere da que tinha o Hotel Estoril-Sol, mas como não podia deixar de ser para o Sr. Presidente da Câmara, estas torres já não ferem a paisagem.
Cascais não tem hoje uma estratégia definida para o turismo, ora se pretende fazer querer que existem possibilidades para incentivar um turismo de grande qualidade “como se Cascais fosse o Mónaco”, ora se defende que os grades eventos como o Mundial de Vela podem vir a ser a salvação do turismo na nossa zona. Cascais não é o Mónaco e o Mundial de Vela como se pode comprovar pelas reclamações dos comerciantes de Cascais, em termos turísticos não encheu Hotéis, nem Restaurantes, e as lojas pouco mais venderam que o normal.
Ao destruí-se aquele que foi durante 38 anos a verdadeira âncora do desenvolvimento turístico do Concelho, Cascais perdeu capacidade hoteleira, que em minha opinião não recuperou, e as torres que se vão construir nos terrenos onde estava o Hotel Estoril-Sol são o espelho do que de melhor se faz em Cascais em termos de especulação imobiliária.
Que venham as torres da vergonha, o turismo pode esperar.
António Lemos
Autarca
(Este artigo foi publicado no “Jornal de Cascais” no Dia 11 de Dezembro de 2007)
Arte e Cultura
Blogues Amigos
PINTURA DE INTERIORES E PINTURA DECORATIVA
ANOMT - Associação Nacional de Operadores Marítimo Turísticos
Política e Economia
Sites Internacionais
Ensino e Ciência
ISCSP - Universidade Técnica de Lisboa
Revista Crítica de Ciências Sociais
CES – Centro de Estudos Sociais, UC
Meteorologia e Mar