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Sábado, 21 de Julho de 2007
O Estado da Nação

Assisti ontem, (20 de Julho), ao debate sobre o estado da Nação, na Assembleia da Republica, e fiquei estupefacto com o panorama que nos foi apresentado na intervenção do Sr. Primeiro-ministro, José Sócrates, levando a crer que os portugueses vivem num autêntico paraíso.

Na realidade, o país continua a viver uma preocupante crise económica e social que se agravou ao longo da governação do Partido Socialista.

Portugal é hoje na Europa o campeão da precariedade no emprego, são hoje mais de um milhão e duzentos mil (1 200 000) os trabalhadores que têm vínculos precários.

O desemprego atingiu a mais elevada taxa de sempre com 8,4% e o desemprego de longa duração não parou de crescer atingindo hoje mais de 50% dos desempregados. Mais de cem mil jovens (100 000) com menos de 25 anos lutam desesperadamente por conseguirem um emprego. Milhares de portugueses recorrem de novo à emigração, aceitando por vezes trabalhos em condições deploráveis em países da União Europeia onde, ao contrário do que se pretende fazer querer, uns são mais europeus do que outros.

Portugal já era, em 2005, considerado na União Europeia o pais com mais desigualdades na distribuição dos rendimentos, o governo ao reduzir os salários reais acentuou e consolidou essa realidade que a todos nos entristece.

Com o aumento dos impostos sobre os bem de consumo e dos serviços essenciais, as famílias portuguesas atingiram um novo recorde de endividamento que se agravará com o aumento das taxas de juro do Banco Central Europeu, taxas que o governo do Partido Socialista aceita sem pestanejar e até aplaudindo. Não nos podemos esquecer que Portugal já paga uma das taxas de juro mais altas na zona euro e é o país com mais dificuldades na retoma da sua economia.

O governo atacou as reformas e as pensões, os portugueses vão ter que trabalhar muito mais e receber muito menos na velhice.

O governo atacou e diminuiu drasticamente as funções sociais do Estado, atacou a saúde, e a educação, encerrou hospitais centros de saúde, maternidades (em algumas localidades as portuguesas têm hoje que se deslocar a Espanha para terem os filhos), o governo encerrou escolas, retirou direitos aos professores e aos estudantes, e diminuiu a autonomia do Ensino Superior e tudo isto é obra de um Governo que se diz SOCIALISTA.

Falou o Senhor Primeiro-ministro no seu discurso em concertação social e como o governo conseguiu vários acordos na concertação social, mais uma vez não acreditei no que estava a ouvir. A maioria dos acordos de concertação social (cerca de 90%), foram assinados com as associações patronais e com a central sindical menos representativa dos trabalhadores portugueses com forte influência de quem nos tem governado, a UGT. O governo que se diz socialista rivaliza nas suas politicas com a direita mais retrógrada que temos em Portugal, e tem aberto as portas ao capitalismo do poder absoluto, que pretende dominar o mundo do trabalho retirando todos os direitos dos trabalhadores e chegou-se ao ponto de se ouvirem as Confederações Patronais propor que se altere a Constituição da República, de forma a ser possível despedir trabalhadores por delito de opinião ou por convicções politicas, tudo isto só é possível porque o patronato mais retrógrado se sente seguro tendo em conta os exemplos que o governo transmite de guerra total contra os direitos fundamentais dos trabalhadores quando as proposta que apresenta para a concertação social se caracterizam por facilitar os despedimentos, liberalizar os horários de trabalho, reduzir os salários, atacar o direito ás ferias, fragilizar os sindicatos e as organizações representativas dos trabalhadores de forma a dificultar a contratação colectiva, tornado desta forma mais difíceis a relações de trabalho.

Enquanto muitos portugueses ficam cada vez mais pobres, outros, poucos, ficam escandalosamente cada vez mais ricos. Tomemos a banca como exemplo, em que os lucros astronómicos contrastam com as dificuldades económicas dos trabalhadores e dos pequenos e médios empresários.

A política implementada por este governo não defende os sectores produtivos nacionais como a agricultura, a pesca, a indústria, tudo porque primeiro está o cumprimento cego das regras do Pacto de Estabilidade que tanto tem entravado o desenvolvimento económico e agravado as dificuldades das micro, pequenas e medias empresas.

Sectores vitais estão hoje na mão de monopólios que centralizam a riqueza à custa do país, exemplo disso são os combustíveis, dominados pelo grande capital estrangeiro e nacional, que conseguem fazer com que mesmo quando o barril de petróleo desce a gasolina e o gasóleo continuam a subir, o mesmo se passa com os aumentos da energia eléctrica e do gás que cada vez mais dificultam o desenvolvimento das empresas portuguesas chegando mesmo a arruinar algumas.

Claro que todas estas dificuldades são também sentidas pelas famílias portuguesas e pelos consumidores em geral.

Para além de tudo isto, temos vindo a assistir a uma escalada de comportamentos antidemocráticos, que partem do poder governamental e de organismos que o governo tutela.

 Assistimos hoje à instauração de um clima de delação, de suspeição, de intimidação, e de bufaria, temos como exemplo o caso do Professor Charrua, suspenso das suas funções pela Directora da DREN por nítida perseguição politica ou o caso da directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho, Maria Celeste Cardoso, que foi exonerada pelo Ministro da Saúde por não ter mandado retirar um recorte de jornal, das instalações do centro contendo declarações do ministro Correia de Campos, ou mesmo em órgãos de poder autárquico, governados pelo PS, como no caso da Junta de Freguesia de S. Domingos de Rana no conselho de Cascais onde os trabalhadores já se queixam de varias formas de intimidação e perseguição.

O governo chegou ao ponto de mandar identificar manifestantes que se manifestavam espontaneamente numa visita do Sr. Primeiro-ministro, e mandar filmar e fotografar de forma ilegal dirigentes e associados das Associações de Militares.

Em conclusão, muito mais haveria para dizer deste governo do Partido Socialista, que desenvolve uma politica de direita, anti-social e que ultimamente tenta condicionar quem se lhe opõe, e quem protesta, contra as suas medidas.

A seu tempo o povo português saberá dar a devida resposta, como o tem feito, sempre que se sentiu traído.

O Partido Socialista e o governo traíram os portugueses em breve os portugueses responderão à letra!

António Lemos




publicado por António Lemos às 16:35
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