Assisti no, dia 16 de Novembro, à primeira entrevista que o Sr. Presidente da Republica deu a uma cadeia de televisão portuguesa, mais propriamente à SIC. Não posso deixar de recordar que a primeira entrevista que Cavaco Silva deu já como Presidente foi a um jornal espanhol, mais propriamente ao El Pais.
Quando soube da anunciada entrevista questionei-me sobre a oportunidade desta, no entanto, compreendi durante a entrevista dirigida pela jornalista Judite de Sousa que, o Presidente mais não pretendia que informar os portugueses que está totalmente de acordo com a política seguida pelo governo liderado pelo Primeiro-ministro José Sócrates, e que também ele, é totalmente cego e surdo em relação aos protestos que têm chegado de todos os quadrantes da sociedade portuguesa. O Sr. Presidente chegou mesmo a declarar que “o ruído a mais” é prejudicial à governação, pois não deixa governar com tranquilidade, e afirmou ainda, a dada altura, que considera que este governo tem um espírito reformista. Não posso deixar de notar que há mais de 15 anos que andamos em reformas e o próprio Cavaco Silva quando foi primeiro-ministro já afirmava que eram necessárias reformas na educação, na saúde, na função pública e, pasmem-se, governou 10 anos e hoje volta a afirmar que são necessárias reformas para que os portugueses no futuro possam viver melhor.
Quando um Presidente, que se diz de todos os portugueses, não ouve os protestos, não sente o descontentamento que grassa em todos os sectores da sociedade, a começar pelos funcionários públicos, pelos professores, pelos alunos do ensino secundário e universitário, passando pelos milhares de trabalhadores desempregados, pelos médicos, pelos enfermeiros, pelas forças de segurança e pelos militares, pelos milhares e milhares de trabalhadores que, fruto das políticas de emprego dos últimos governos, trabalham em situação precária. Será que o senhor Presidente não vê nem ouve as manifestações de rua, não ouve os autarcas que protestam contra a nova lei das finanças locais, não ouve as populações que protestam contra o encerramento das maternidades, das urgências, dos centros de saúde, as populações que protestam contra a co-inceneração, contra a destruição das florestas e a falta de espaços verdes, contra a poluição dos lagos, dos rios, e do mar. Será que o senhor Presidente é realmente o Presidente de todos os portugueses ou é, isso sim, o Presidente dos Banqueiros, dos offshores, das seguradoras, das grandes empresas de telecomunicações e dos Casinos de Lisboa e do Estoril!?
Os cidadãos deste país gostavam que o senhor Presidente na sua entrevista se tivesse pronunciado em relação à corrupção, à fuga ao fisco, aos impostos que os bancos e as seguradoras não pagam ou pagam menos que as outras empresas, se pronunciasse sobre o desemprego e o emprego precário, sobre a falta de hospitais públicos e de centros de saúde…etc, etc, etc.
O Sr. Presidente da República está efectivamente pouco preocupado com o empobrecimento e cada vez maior endividamento das famílias portuguesas, será que o Sr. Presidente não vê que hoje há cada vez mais pobres e, por outro lado, poucos estão cada vez mais ricos?
A entrevista do Sr. Presidente Cavaco Silva foi realmente muito esclarecedora, se por um lado não disse mais do que já tinha dito na campanha eleitoral, por outro lado disse tudo, disse por exemplo, que o bloco central está definitivamente a funcionar em pleno! Daqui concluímos que a coligação do Presidente da Republica com o Governo do Eng. Sócrates está sincronizada para continuar a fazer ouvidos moucos aos legítimos protestos de todos os quadrantes da sociedade portuguesa. O Sr. Presidente não ouve, o Sr. Primeiro-ministro não ouve, mas os portugueses vão continuar a protestar contra as politicas injustas deste governo dito socialista, e como diz o velho ditado “água mole em pedra dura tanto dá até que fura”. ****António Lemos
O resultado das eleições intercalares nos EUA no dia 7 de Novembro de 2006, representa um expressivo descontentamento do povo norte-americano relativamente à política militarista da administração Bush no Iraque e no Médio Oriente. Apesar da derrota do Partido Republicano e de George W. Bush, a politica internacional, mais propriamente no que toca ao Iraque e ao Médio Oriente, pode não vir a ser significativamente alterada. Não podemos esquecer que, aquando da invasão do Iraque, os democratas estiveram de acordo, razão pela qual também o Partido Democrata não está isento de culpas na desastrosa politica imperialista da administração Bush que provocou o sofrimento de um número incontável de pessoas inocentes na Palestina, no Líbano, em Israel, no Afeganistão e no Iraque.
No Iraque, os Estados Unidos demonstram-se incapazes de resolver o grave problema que criaram com a invasão militar, baseada numa enorme quantidade de mentiras e omissões, que a administração Bush tentou fazer querer ao mundo serem a mais pura das verdades. Não posso deixar de lembrar que o governo português, liderado nessa altura pelo actual presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, apoiou sem reservas a invasão.
No Afeganistão, a NATO vê-se impotente para controlar os Talibans bem como todas a facções tribais. A corrupção ao nível governamental e em todas as estruturas do pseudo governo democrático criado pela administração Bush com o propósito do combate ao terrorismo é incontrolável.
É certo que o governo fundamentalista e desumano dos Talibans, oprimia e maltratava o povo afegão, mas também é verdade que, tal como no Iraque foram os Estados Unidos que durante anos sustentaram o regime déspota de Saddam, também no Afeganistão a propósito do combate ao comunismo ajudaram os Talibans a tomar o pode. Infelizmente para o povo americano o tiro saiu pela culatra e agora são os filhos da América que morrem aos milhares no Iraque e no Afeganistão.
Na Palestina a administração Bush faz vista grossa e ouvidos moucos aos massacres e à brutal ocupação por parte de Israel. Morrem palestinianos e israelitas, jovens de ambos os lados, e o mundo sabe que os EUA podem contribuir de modo decisivo para o fim daquele conflito.
A recente invasão do Líbano por parte de Israel com a total cobertura dos EUA é demonstrativa da política errada que a administração Bush tem para toda aquela região. Sem a cobertura do governo americano os israelitas não teriam invadido um país soberano, destruindo vastas áreas habitacionais, bem como escolas, hospitais, fábricas e zonas comerciais desalojando e matando centenas de civis. Contrariamente ao que pretendiam os israelitas – “combater grupos terroristas”, acabaram por dar a possibilidade desses ditos grupos terroristas brilharem ao disponibilizarem dinheiro para ajudar as populações a reconstruir as suas habitações.
Muito mais teria para dizer sobre as erradas politicas internacionais da administração Bush, resta-me desejar que a vitória do partido Democrático na Câmara dos Representantes e no Senado traga algo de novo à politica internacional, algo que aponte para o caminho da paz no Médio Oriente, no Iraque, no Afeganistão, que ajude a terminar com conflitos e crises como a do Darfur, que combata o terrorismo não com bombas mas com mais democracia, mais cidadania, mais liberdade, mais direitos humanos e sociais, e que combata a fome em todo o Mundo.
“SONHAR NÃO È PROIBIDO” ***António Lemos.
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