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"Nathaniel Philbrik pegou num dos mais terríveis relatos nos anais da história marítima e transformou-o num clássico. Enriquecido por detalhes versando a navegação através dos astros bem como a anatomia e comportamento da baleia, até à historia do canibalismo, esta obra é um relato histórico da maior qualidade, sendo simultaneamente, um dos livros mais arrepiantes que já li." Assim se referiu Sebastian Junger autor de " A Tempestade" ao livro escrito por Nathaniel Philbrik " No Coração do Mar". Em Novembro de 1820, nos longínquos mares do Pacifico, o baleeiro Essex é abalroado por um cachalote enraivecido, que afunda o navio em poucos minutos. Embora a sua tripulação se consiga salvar, o pesadelo acabara de começar. Através do relato inédito, e só há pouco descoberto, de um dos sobreviventes da tripulação, assistimos ao desenrolar de uma das mais dramáticas histórias marítimas de todos os tempos. Nathaniel Philbrick recria assim a história do épico no qual Herman Melville se baseou para escrever "Moby Dick", um relato verdadeiro de capacidade humana, força e solidariedade, que chocou e transformou uma Época e um Modo de Vida. Numa viagem de coragem, instinto de sobrevivência e drama, através dos horrores da fome, da sede e do medo, a tragédia do "Essex" transporta-nos ao interior de nós mesmos, ás profundezas do ser humano até ao limite extremo que só será encontrado "No Coração do Mar". Para além de tudo o que já foi dito, esta obra também relata com grande realismo a vida dos marinheiros caçadores de baleias a bordo dos baleeiros nos anos de 1800, que chegavam a passar perto de três anos no mar caçando principalmente cachalotes e passando enormes privações. Este livro que aconselho a todos os que gostam de literatura que se relacione com mar e aventura, é uma excelente obra e uma das melhores do género que li até hoje. António Lemos 12 de Janeiro de 2005
A Federação dos Sindicatos do Sector das Pescas lançou uma jornada de informação sobre segurança no sector da pesca mar, denunciando a falta de meios materiais e humanos do Instituto de Socorros a Náufragos.
Mais de metade das mortes de pescadores portugueses entre 1980 e 2001 ocorreram em naufrágios. A queda ao mar constitui a segunda causa de morte (19 por cento). Estes valores foram avançados pela Federação dos Sindicatos do Sector da Pesca (FSSP) durante uma jornada de informação sobre segurança no sector da pesca marítima, ainda a decorrer.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho, morrem anualmente 24 mil pescadores em todo o mundo. Em Portugal, entre 1980 e 2003, registaram-se mais de 44 mil sinistros e a morte de 383 pescadores.
A federação associa o número de mortes à falta de meios materiais e humanos do Instituto de Socorros a Náufragos. Segundo os representantes sindicais desta instituição, seria necessário 400 profissionais para que os serviços funcionassem em pleno, 24 horas por dia. Contudo, o quadro prevê apenas 130 funcionários e só 50 estão colocados. Deste grupo, metade tem mais de 55 anos.
A FSSP avança com alguns exemplos: tanto a estação de salva vidas de Leixões como a do Douro têm apenas dois funcionários. A de Aveiro dispõe de quatro. «Isto revela a dificuldade dos navios salva-vidas se fazerem ao mar ou, nalguns casos, a total impossibilidade de o fazerem, pois não é possível uma embarcação fazer-se ao mar com dois homens», referiu recentemente António Macedo, representante da plataforma, em Bruxelas, numa iniciativa inserida na jornada de informação.
«Talvez por isso, num acidente ocorrido com uma embarcação de pesca de cerco em Matosinhos, o barco salva-vidas não se tenha feito ao mar e só muito tardiamente tenha saído uma embarcação da Brigada Fiscal da GNR», acrescentou.
Estas estações apenas funcionam em horário administrativo, das 9h às 17h. Os trabalhadores estão sempre de «prevenção», mas livres para fazer a sua vida normal, podendo estar a quilómetros dos meios de salvamento.
Sem helicóptero
A FSSP critica o facto do Instituto de Socorros a Náufragos dispor apenas de 16 barcos salva-vidas e alguns botes. Em 1997, foram adquiridos oito embarcações, mas os profissionais consideram que estas não têm características necessárias para a acção de salva vidas, para navegação ou para a recolha de náufragos. «Os outros são velhos, obsoletos e lentos», comentou António Macedo, acrescentando que muitas vezes «é tarde de mais» quando chegam ao local.
O serviço de salvamento não tem nenhum helicóptero atribuído. A Força Aérea dispõe de seis aparelhos, mas três estão permanentemente parados para manutenção. «A sua utilização é quase sempre impossível dada as inúmeras burocracias necessárias, tendo-se registado mesmo situações em que até o custo do combustível foi questionado», revelou o dirigente sindical.
A federação lembra que o organismo espanhol de socorros a náufragos possui cinco helicópteros, 10 salva-vidas de 70 metros e 40 salva-vidas de 16 a 21 metros. (Edição Nº1622 do AVANTE órgão central do PCP). Os salva-vidas que se vem na foto são Espanhóis. António Lemos
MAREMOTO / TSUNAMI
NA NOSSA COSTA COMO SERIA?
Desde o dia 26 de Dezembro de 2004 que muitos comentadores, mais ou menos
credíveis, têm passado pelas nossas televisões, emitindo opiniões sobre
a possibilidade de um maremoto/tsunami poder acontecer na nossa costa.
Estas opiniões são extremamente sucintas sem grandes explicações, o que me leva a
deduzir que ou não se sabe nada sobre este assunto no nosso país, ou não se
pretende divulgar a informação existente.
Fala-se muito mas informa-se pouco. Sobre este assunto ficou claro que em
Portugal apesar de já terem ocorrido alguns maremotos, em períodos mais ou
menos longínquos, não há qualquer sistema de aviso de maremoto/tsunami, pelo
que a acontecer ninguém saberá qual seria a possibilidade de tomarmos
providencias com o mínimo de antecedência!
Também os geólogos portugueses, que mais recentemente falaram na TV sobre a
possibilidade de ocorrência de terramotos e consequentemente maremotos na
nossa costa, aproveitaram a ocasião para lembrar que Portugal continua sem
cartas de risco praticamente em todo o país e que sem esse estudo é
impossível definir planos de prevenção eficazes. O ordenamento do
território e o planeamento da ocupação da zona costeira são imperiosos e
concluíram dizendo que de seguida se deveria apostar em sistemas de aviso e
planear mecanismos de socorro. O SNBPC não tem um plano para fazer frente a
uma situação destas no nosso país!
Foi divulgado na comunicação social um estudo efectuado por universidades
Americanas e Britânicas sobre a possibilidade duma catástrofe desta natureza
poder atingir a costa Portuguesa, bem como as costas de Africa, Espanha e
América segundo se informava no DN de 30 de Dezembro de 2004. Os cientistas
voltaram a alertar para o perigo de um fenómeno semelhante no oceano
Atlântico, desta vez não devido a um sismo, mas a uma erupção vulcânica.
Nas Canárias, uma gigantesca massa rochosa ameaça desprender-se do vulcão
Cumbre Vieja, na ilha de La Palma, indo cair no mar. Quando isso acontecer, uma
gigantesca onda atravessará todo o Atlântico em direcção ao continente
americano, atingindo-o apenas quatro horas e claro está, também a costa portuguesa
será afectada pelas vagas.
Ao ler alguma informação relacionada com estes fenómenos naturais, reparei
que os americanos e os japoneses tem sistemas de aviso de tsunami e que
inclusivamente têm aviões prontos a descolar, depois de emitido o alerta, que
possibilitam acompanhar as ondas, controlando do ar a sua direcção e
velocidade, conseguindo desta forma prever com alguma antecedência o efeito que
se irá verificar aquando da chegada a terra dessas ondas. (USA e Japão são
outra realidade)
Estou convicto que, pela natureza da nossa costa, uma catástrofe com magnitude
da que agora ocorreu no Oceano Indico não seria possível, no entanto, haveria
zonas da nossa costa e de outros países da Europa, que seriam gravemente
afectados. Era de enorme importância que os órgãos de comunicação social,
partidos políticos, bem como a sociedade civil em geral continuassem a
pressionar as entidades competentes para o total esclarecimento das
populações sobre as consequências para Portugal duma catástrofe desta
natureza, bem como das medidas possíveis a ser tomadas para minimizar os
efeitos que daí possam advir.
02 De Janeiro de 2004.
António Lemos